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Ilana Feldman é professora adjunta da Escola de Comunicação da UFRJ e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da mesma instituição. Tem pós-doutorado em Meios e Processos Audiovisuais pela USP, onde desenvolveu a pesquisa “Narrar o trauma, escrever o luto e imaginar, apesar de tudo: testemunho e autobiografia entre cinema e literatura” (2017-2020) e pós-doutorado em Teoria Literária pela UNICAMP, com a pesquisa “Os diários cinematográficos de David Perlov: do privado ao político” (2014-2017). É doutora em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da USP, com a tese “Jogos de cena: ensaios sobre o documentário brasileiro contemporâneo” (2008-2012). Durante o doutorado, realizou estágio de pesquisa no Departamento de Filosofia, Artes e Estética da Université Vincennes Saint-Denis Paris 8, França (2011). É mestre em Comunicação pela UFF (2005-2007) e graduada em Comunicação Social, com habilitação em Cinema, pela mesma universidade (2004). Tem-se dedicando a pesquisas em torno das relações entre testemunho, trauma, políticas da imagem e da imaginação na paisagem cultural contemporânea, com ênfase na produção audiovisual, particularmente documentário, ensaios fílmicos, documentário subjetivo e suas intersecções com fotografia, literatura e outras produções artísticas e culturais. |
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FELDMAN, Ilana. “De ‘Holocausto’ (1978) a ‘Chernobyl’ (2019): o que pode o audiovisual face a um passado traumático e a um futuro ameaçado?”. In: Alceu – revista de comunicação, cultura e política, dossiê “Distopia e narrativas contemporâneas: a difícil arte de imaginar o futuro”. PUC Rio, edição 43, v.21, n.43, 2021, p.24-49.
FELDMAN, Ilana. “A escrita como mortalha, o cinema como lápide: poéticas e políticas do luto”. In: Derivas analíticas - revista de Psicanálise e Cultura da Escola Brasileira de Psicanálise, dossiê “Políticas do luto”, n.15, julho 2021.
FELDMAN, Ilana. “Algunos trozos de película. Algunos gestos políticos: Conversación con Georges Didi-Huberman”. In: Acta Poética – Revista semestral del Centro de Poética, Instituto de Investigaciones Filológicas, Universidad Nacional Autónoma de México, vol.40, n.01, enero-junio 2019, p.171-186.
FELDMAN, Ilana. “Podem os personagens secundários falar? Posição feminina no documentário autobiográfico face à memória da ditadura militar no Brasil”. In: Revista ALEA – Estudos Neolatinos, dossiê “Como viver junto”, org. Paloma Vidal e Mario Cámara, vol.20, no.2, ago. 2018, p.228-243.
FELDMAN, Ilana. “Não entender”. Revista Serrote, n.27. São Paulo: Instituto Moreira Salles, dezembro de 2017, p.182-201. Disponível em:
FELDMAN, Ilana. “Autobiografia, exílio e alteridade: o cinema de David Perlov, Avi Mograbi e Elia Suleiman”. In: Devires - cinema e humanidades, Revista do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Antropologia da FAFICH-UFMG, dossiê “Cinema e Escritas de si”, vol. 14, n.2, jul/dez 2017, pp.30-57.
FELDMAN, Ilana. “As janelas de David Perlov: autobiografia, luto e política”. In: Arquivo Maaravi – Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG, v. 11, n. 20, 2017, Dossiê “Textualidades judaicas contemporâneas”, pp.01-21.
FELDMAN, Ilana. “Imagens apesar de tudo: problemas e polêmicas em torno da representação, de ‘Shoah’ a ‘O filho de Saul’”. In: Ars, Revista do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Comunicações e Artes da USP, v.14, n.28, 2016, pp.135-153. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/ars/article/view/124999
FELDMAN, Ilana. “Um filme de: dinâmicas de inclusão do olhar do outro na cena documental”. In: Devires – cinema e humanidades, dossiê “Cinema brasileiro: engajamentos no presente”. Belo Horizonte, v.9, n.1, jan/jun 2012, p. 50-65.
FELDMAN, Ilana. “A ascensão do amador: Pacific entre o naufrágio da intimidade e os novos regimes de visibilidade”. In: Ciberlegenda, Revista do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense, Dossiê “Colisões entre o público e o privado em esfera midiática”, n.26, 2012, p.179-190.
FELDMAN, Ilana. “Na contramão do confessional: o ensaísmo em Santiago, de João Moreira Salles, e Jogo de cena, de Eduardo Coutinho”. In: Devires – cinema e humanidades, Belo Horizonte, v. 5, n. 2, out., 2009, p.56-73.
FELDMAN, Ilana. “O apelo realista”. In: Revista FAMECOS – mídia, cultura e tecnologia. Porto Alegre, n.36, ago. 2008. Seção Menções de Destaque, Compós 2008, p. 61-68. |
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Poéticas do Testemunho e Políticas da Imaginação na Paisagem Cultural Contemporânea
Resumo
Embora se encontrem no centro do pensamento psicanalítico e da teoria literária, os campos teóricos do testemunho, dos estudos do trauma e das escritas de si têm orientado parte expressiva das manifestações culturais, artísticas, midiáticas e comunicacionais contemporâneas, sobretudo após as grandes catástrofes históricas que marcaram a experiência subjetiva e coletiva a partir da segunda metade do século XX e que continuam a incidir sobre o XXI. Nesse contexto, o projeto de pesquisa “Poéticas do testemunho e políticas da imaginação na paisagem cultural contemporânea” pretende analisar as relações críticas e as invenções formais que produções cinematográficas, audiovisuais, fotográficas, literárias e artísticas contemporâneas, nacionais e estrangeiras, ficcionais e documentais, vêm estabelecendo com a problemática do testemunho e suas mutações, em uma articulação entre narração, construção da experiência coletiva, produção da subjetividade e imaginação (aí também compreendidos nossos sonhos e experiência onírica). Como pretendemos discutir, face a vivências traumáticas, de difícil, se não impossível, simbolização pela linguagem, o campo teórico do testemunho, em toda a sua amplitude temática e diversidade estilística, tem operado como um modo de narração que coloca em questão os limites da representação, problematizando as fronteiras entre o fictício e o factual, a memória e a história, o pessoal e o coletivo, a natureza e a cultura, sempre a partir de uma ética do olhar e da escritura. No contexto de uma sociedade mediada por imagens e tecnologias, assim como marcada por catástrofes políticas, históricas, ambientais, sanitárias e sociais, em que paira a ameaça autoritária, acreditamos ser preciso, como tarefa política urgente, narrar o trauma, escrever o luto e imaginar, apesar de tudo – para, desse modo, desprivatizar a dor e propor outras formas de figuração do testemunho. Pois uma sociedade é tanto mais democrática quanto menor for a desigualdade na distribuição do luto público e maior for sua capacidade política de imaginação. |
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