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Leonardo Gabriel de Marchi |
Leonardo De Marchi é professor adjunto da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ). Bacharel em Comunicação, habilitação em Jornalismo (UFF), formou-se Mestre em Comunicação (UFF) e Doutor em Comunicação e Cultura (UFRJ), com pesquisas de pós-doutorado na Escola de Comunicações e Artes da USP e na Faculdade de Comunicação Social da UERJ. É pesquisador do Núcleo de Estudos e Projetos em Comunicação (NEPCOM/ECO/UFRJ). Seus livros e artigos científicos abordam temas como: indústria da música, indústria audiovisual digital, economia política da comunicação e cultura, economia criativa, diversidade cultural, políticas culturais, financeirização da vida cotidiana, mercado financeiro e tecnologias da informação. Sua atual pesquisa, "O mercado financeiro na palma da mão: plataformas digitais, fintech 3.0 e a financeirização da vida cotidiana", aborda a dimensão comunicacional da do mercado financeiro contemporâneo. |
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O Mercado Financeiro na Palma da Mão: plataformas digitais, fintech 3.0 e a financeirização da vida cotidiana
Descrição: Nos últimos anos, observa-se o rápido crescimento do número de plataformas digitais dedicadas a investimentos financeiros e a variedade de sua natureza, o que se tem rotulado, em inglês, de financial technology 3.0 ou fintech 3.0. Trata-se de startups que oferecem diferentes serviços financeiros (desde os tradicionais empréstimos ou seguros até criptomoedas e outros serviços inovadores baseados em blockchain) através de aplicativos de celular ou websites a todo tipo de pessoa física. A facilidade em se acessar produtos financeiros através de telefones celulares ou computadores pessoais tem permitido uma renovação quantitativa e qualitativa do público do mercado financeiro. Como o acesso a tais investimentos se dá por plataformas digitais, dá-se igualmente a ampliação de uma economia de plataforma, baseada na mineração e comércio de dados pessoais. Portanto, a ampliação do alcance do mercado financeiro e das plataformas digitais caminham de mãos dadas com a fintech 3.0. Isso abre espaço para uma análise da dimensão comunicacional (além das dimensões propriamente econômica ou jurídica) do fenômeno da fintech 3.0. Assim, a pesquisa se propõe a investigar a fintech 3.0 desde a perspectiva dos estudos de mídia, buscando compreender as características e consequências de tal interpenetração entre capital financeiro e plataformas digitais. O objetivo geral da pesquisa é analisar o desenvolvimento da fintech 3.0 a partir de sua articulação com dispositivos de comunicação digital pessoais (smartphones, notebooks, tabletes) e suas implicações não apenas para o mercado financeiro como também para o mercado de comunicação digital (uma vez que tais serviços financeiros se valem de apps e redes sociais na internet para acessar seu público). Como objetivos específicos da pesquisa, destacam-se: (a) O papel dos aplicativos e dos dispositivos de comunicação digital pessoal (smartphones, notebooks, tabletes) na relação entre empresas financeiras e usuários comuns (pessoas físicas), (b) Saber se essa relação individual e direta entre indivíduos e capital financeiro através dos dispositivos de comunicação pessoal altera a forma como esses usuários lidam com sua economia pessoal (se passam a investir em ativos financeiros, assumindo riscos, ao invés de alocar seu dinheiro em poupança) e passam a se conceber de maneira distinta, ou seja, não mais como poupadores, mas investidores, (c) Mapear os usuários gerais desses serviço, através de recortes de idade, classe social, gênero e etnia no Brasil, (d) Categorizar as empresas que compõem o setor da fintech 3.0 no Brasil e (e) Analisar a relação entre as empresas financeiras com as empresas de comunicação digital (notadamente, as mídias sociais, como Facebook, Youtube, WeChat, entre outras).
Palavras-chave: fintech 3.0; plataformas digitais, financeirização da vida cotidiana; neoliberalismo; mercado financeiro; economia de plataformas |
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