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É mestre em Filosofia pela PUC-Rio e doutor em Comunicação e Cultura pela UFRJ, com pós-doutorado na Universidade de Illinois – Chicago. É professor associado da Escola de Comunicação e do Programa Pós-Graduação em Comunicação e Cultura da UFRJ. Pesquisador 1B do CNPq, suas pesquisas mais recentes abordam o discurso do risco na mídia, a cobertura jornalística da doença e do crime, a produção de subjetividades, a configuração da vítima virtual, as narrativas de sofrimento e os processos de identificação. É pesquisador do IDEA - Programa de Estudos Avançados da ECO/UFRJ. Foi representante de área no CNPq e é consultor ad hoc do CNPq, da Faperj e da Capes.
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LERNER, Kátia; VAZ, Paulo. "Minha história de superação": sofrimento, testemunho e práticas terapêuticas em narrativas de câncer. Interface (Botucatu. Online), v. 21, p. 153-163, 2017.
VAZ, Paulo; PEREIRA, Pedro Barreto. O sentido das UPPs: a cobertura de O Globo e as políticas de segurança pública. E-Compós (Brasília), v. 19, p. 1-16, 2016. VAZ, Paulo. Do normal ao consumidor: conceito de doença e medicamento na contemporaneidade. Ágora ( PPGTP/UFRJ), v. 18, p. 51-68, 2015. VAZ, Paulo. Na distância do preconceituoso: narrativas de bullying por celebridades e a subjetividade contemporânea. Galáxia (São Paulo. Online), v. 14, p. 32-44, 2014. CARDOSO, Janine Miranda; VAZ, Paulo. O drama epidêmico da dengue: causas, sofrimento e responsabilidades no Jornal Nacional (1986-2008). Revista Eco-Pós (Online), v. 17, p. 1-13, 2014. VAZ, Paulo; SANTOS, Amanda; ANDRADE, Paulo Henrique. Testemunho e subjetividade contemporânea: narrativas de vítimas de estupro e a construção social da inocência. Lumina (UFJF. Online), v. 8, p. 1-33, 2014. ARANTES, Esther; VAZ, Paulo. O Homem que se chamava Napoleão: uma história política da loucura. Psicologia Clínica (PUCRJ. Impresso), v. 25, p. 245-251, 2013. VAZ, Paulo. Doença mental e consumo nas revistas semanais brasileiras. E-Compós (Brasília), v. 15, p. 17-33, 2012. VAZ, Paulo; PORTUGAL, Daniel. A nova "boa-nova": marketing de medicamentos e jornalismo científico nas páginas da revista semanal Veja. Comunicação, Mídia e Consumo (São Paulo. Impresso), v. 9, p. 37-60, 2012.
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Narrativas de sofrimento e processos de identificação: risco, compaixão e testemunho
Descrição Este projeto mantém clara continuidade conceitual e temática com os três anteriores financiados pelo CNPq: O Discurso do Risco na Mídia (2004 a 2007), Mídia, Risco e Sofrimento (2007 a 2010) e Risco, Portador e Vítima virtual (2010 a 2016). Sua justificativa maior, portanto, não reside tanto na apresentação de novos objetos de investigação, mas na consistência temporal e na possível qualidade dos questionamentos desenvolvidos. De todo modo, a permanência de dois eixos de reflexão está na origem da continuidade: a história dos modos de habitar o tempo e a história da compaixão. O objetivo deste projeto é explorar se (e como) os conceitos de risco e trauma promovem um novo modo de habitar o tempo que singulariza as culturas ocidentais contemporâneas. Assim, através da análise das formas atuais de suscitar compaixão e pelo estudo dos nexos entre risco, sofrimento e comportamento expressos em notícias sobre doenças, busca-se estudar o modo como os meios de comunicação participam da formação da subjetividade contemporânea por construírem procedimentos de identificação entre a audiência e o sofrimento narrado. Procura-se também ao longo desta investigação: a) analisar se o testemunho de vítimas de preconceito está substituindo a confissão como prática terapêutica hegemônica que marca a passagem da subjetividade moderna à contemporânea; b) realizar a genealogia do testemunho de vítima considerando as narrativas protestantes de conversão e os conceitos de autoestima e autoajuda; c) analisar testemunhos de vítimas de preconceito na Internet, tendo em vista sua dinâmica de imitação que articula sofrimento e identidade, ao mesmo tempo em que forma comunidades de sofredores efêmeros; d) repensar os enquadramentos de notícias sobre as UPPs e como eles podem afetar as políticas de segurança pública; e) avaliar o discurso midiático sobre os cânceres e sua possível repercussão no testemunho autobiográfico de pacientes; f) e, finalmente, analisar as variações nas estratégias retóricas da indústria farmacêutica de acordo com seus principais públicos-alvo, a saber, pacientes, médicos e agências reguladoras estatais. Este estudo tem como metodologia básica a análise de discurso. Três princípios genéricos guiam os procedimentos desenvolvidos nesta investigação: a) primeiro é a relação entre mídia e produção de subjetividade, que é decisiva na medida em que estamos propondo que uma relação entre narrativas de sofrimento e processos de identificação (esse princípio concerne, assim, à relação entre discurso, endereçamento e constituição da subjetividade); b) já o segundo princípio é uma decorrência e diz respeito ao nexo entre esquemas de classificação dos homens vigentes em uma dada época e as atitudes dos classificados; c) o terceiro princípio genérico de análise do discurso, associado aos outros dois, é a raridade discursiva, proposta por Foucault (diante de uma dada representação midiática da saúde ou do crime, a distância pertinente assumida pela análise não é em relação ao real, mas em relação à outras representações possíveis). Vale destacar ainda que esta pesquisa está sendo desenvolvida no grupo de pesquisa IDEA-PPGCOM/UFRJ e está vinculada a linha de pesquisa Mídia e Mediações Socioculturais. |
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